sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

21 anos de ocupação. 16 anos de “SQUATT 13 DE JANEIRO”

São dezesseis anos consecutivos de invasão, ocupação e fundação do Centro de Cultura Anarquista Squatt 13 de janeiro.


 A primeira fase de invasão teve início em 2003 juntamente com indivíduos ligados a “Regional Ativista de Curitiba” e do coletivo “Esforços da Mudança”(veganStraightEdgePunk) na época ligado a “Casa da ponte”. 

 Indivíduos desses dois coletivos participaram do primeiro fórum social mundial em Porto Alegre e estiveram presentes na fundação do movimento passe livre, no mesmo ano.

 A fundação do centro de cultura se deu no sábado, 13 de janeiro de 2007. Participaram desse momento três garotas e dois garotos. A partir desse ato foi experienciado inúmeras formas de se organizar independentemente e permitindo ampla liberdade coletiva e individual dos participantes. A ocupação gerou nascimento do GEAC ( grupo de estudos anarquista de Curitiba), ELA( estudos pela libertação animal),  CLATH(coletivo libertação animal da terra e humana), GERAE (grupo de experimento rural e agroecológico), NAC (núcleo anarquista de Curitiba), FAAF( frente de ação anarcafeminista) e Biblioteca Maria Lacerda de Moura. Essa última ainda presente. Abrigou CMI-Curitiba bem como foi sede do MPL-Curitiba.

 A partir de 2007 até meados de 2018 o porão abrigou ensaios de bandas e teatros, cinema, encontros e debates. Foi palco de shows locais, nacionais e internacionais. O espaço foi gerido coletivamente por distintos grupos e indivíduos em diferentes épocas. 

 A casa foi invadida e ocupada numa época que o bairro em Curitiba estava abandonado e sem vida. Hoje em dia exatamente na quadra onde está a J13, é o local com mais intensa movimentação de bares e casas noturnas. São recorrentes as ameaças pela especulação imobiliária devido ao fato da revitalização que sofre o bairro e valorização do metro quadrado da região. Mesmo assim resistimos ilegalmente com nosso acervo anarquista e mantemos os mesmos princípios Anarco Punk Vegan Straight Edge. 

“ Só caminha para a emancipação quem se coloca fora da lei, fora dos prejuízos, dos dogmas, dos preconceitos religiosos e sociais- para se conhecer-se, para realizar-se”

 -Maria Lacerda de Moura


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Squatt 13 de Janeiro "Nono ano de resistência sem hipocrisia"


Aos nove anos de resistência, a squatt 13 de janeiro é a casa de inumeras iniciativas independentes. Desde espaço para grupos se reunirem e organizarem suas táticas até individuos em busca de material libertario fomentando autodidatismo.
A cozinha da casa serve comida sem açucar vegana sempre que as atividades acontecem. Muitas bandas tem conseguido se formar e registrar seu material nos poroes da casa. Outros grupos produzido fanzines sobre a cena hardcore-punk local.
A postura straight edge anarcopunk gestora do espaço longe de atrapalhar as relaçoes entre as pessoas, tem somado com muitas pessoas frequentadoras da squatt que intuitivamente compreendem o controle exercido pelo Estado e narcotráfico devoradora de vidas.

Parabéns ao SQUATT 13 DE JANEIRO

Curitiba, 13 de fevereiro, 2016

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Reconhecimento da raíz Anarquista

‘Santa Bárbara de Cima’ passaria a se chamar apenas ‘Santa Bárbara’ e o local hoje chamado ‘Santa Bárbara de Baixo’ passaria a se chamar ‘Colônia Cecília’

 
O projeto de lei de autoria do Executivo que pretende mudar o nome da localidade de Santa Barbara de Baixo para Colônia Cecilia, no interior de Palmeira, deve ser protocolado na Câmara ainda no mês de setembro. A alteração do nome foi discutida com a comunidade em uma reunião entre a equipe da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo e os moradores do local. De acordo com a proposta, “Santa Bárbara de Cima” passaria a se chamar apenas “Santa Bárbara” e o local atualmente denominado “Santa Bárbara de Baixo” passaria a se chamar “Colônia Cecília”.
A experiência da comuna anarquista, idealizada por Giovani Rossi em 1890 não aconteceu exatamente na localidade de Santa Barbara de Baixo, como pontua Vera Lucia de Oliveira Mayer, historiadora e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira, porém, é o local onde mais se aproxima da extinta Colônia Cecília e que hoje conglomera o maior número dos descendentes da experiência anárquica. “Também em Santa Barbara de Baixo que foi construído o Memorial Anarquista, que visto de cima, tem o formato de um “A”, símbolo mundial do anarquismo, e em seu entorno, oito totens resumem a trajetória dos três anos da Colônia antes de sua extinção”, explicou.
De acordo com o diretor de indústria, comércio e turismo, Alessandro Lima da Silva, a intenção é transformar o local em um polo de visitação a exemplo de Witmarsum. Além de valorizar a história da única comuna experimental baseada em premissas anarquistas de toda a América Latina, a mudança do nome deve resultar em uma maior procura por parte dos grupos de turistas, pesquisadores e excursionistas. Segundo Alessandro, paralelamente a mudança do nome, vários investimentos na infraestrutura da Colônia serão efetuados, adequando o trade turístico e apostando na localidade como um grande centro de visitação e pesquisa. “Atualmente, quando somos contatados por agências de turismo ou por escolas que pretendem visitar o local, acabamos frustrando estes interessados quando falamos que, na prática, não existe uma localidade em Palmeira chamada “Colônia Cecília” o que chega a levar alguns turistas a desistirem de visitar a Cidade”, disse ele.
A Prefeitura pretende ainda reavivar o ‘Caminhos da Cecilia’, rota turística criada em 2003 e hoje parcialmente desativada, que começa na Colônia Santa Quitéria, passando por Santa Barbara de Cima, na colônia polonesa, também por Santa Barbara de Baixo, (Colônia Cecilia) de colonização Italiana e finalizando no Comunidade de Canta Galo. Para o escritor Arnoldo Monteiro Bach, proprietário do Museu Sítio Minguinho, ponto de visitação contemplado na rota, a mudança do nome certamente agregaria, pois, a Colônia de Santa Barbara de Baixo passou a ser o núcleo mais representativo da imigração italiana e dos descendentes anarquistas, porém, Arnoldo alerta que é necessário um pouco de cuidado, pois é um fato histórico de relevância mundial, e o turista e até mesmo o palmeirense deve saber que não foi lá que aconteceu a experiência. “Essa é uma decisão que cabe a comunidade, hoje o local abriga o memorial, os descendentes, agora há de se pensar a questão do local”, pontuou.
Além do Sítio Minguinho, outros vinte empreendimentos rurais podem ser beneficiados, entre eles, produtores de derivados de uva, cafés coloniais e comunidade que pretende abrir suas casas ainda em estilo colonial para visitação, fortalecendo o turismo rural, agregando renda as propriedades e aos produtos produzidos pela comunidade.
Melhorias na Colônia
Santa Bárbara está prestes a passar por mudanças significativas de infraestrutura. O objetivo é oferecer banheiros públicos e sinalização turística para os visitantes – e através de parceria com as secretarias de meio ambiente e de agricultura e pecuária,  hortênsias serão plantadas nos dois lados da estrada, dando mais cor e vida nos 30 quilômetros da via, consolidando de vez o “Caminhos da Cecília”, nome oficial da rota. O início do plantio das flores está previsto já para setembro.
Através da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, a Prefeitura de Palmeira já construiu na localidade um memorial da Colônia Cecília, que foi a única experiência anarquista realizada na América Latina. Com a construção do memorial houve um aumento no número de visitantes na região, que já iam até a localidade para comprar produtos como vinhos, geleias e compotas.

Colônia Cecília recebe memorial anarquista



Após 122 anos da extinção da Colônia, localizada em Santa Bárbara no interior de Palmeira, o local ganhou um memorial para lembrar o italiano Giovanni Rossi
Formada por um grupo de libertários mobilizados pelo jornalista e agrônomo italiano,
Giovanni Rossi, a Colônia Cecília foi a única comuna experimental baseada em premissas anarquistas de toda a América Latina. Após 122 anos da extinção da Colônia, localizada em Santa Bárbara no interior de Palmeira, o local ganhou um memorial para lembrar onde Rossi e seus companheiros ergueram a bandeira rubro e negra, símbolo mundial do anarquismo. “Nosso propósito não é a experimentação utopística de um ideal, mas o estudo experimental – e o quanto possível rigorosamente científico – das atitudes humanas em relação a um determinado problema,” dizia Rossi, idealizador da experiência.
Visto de cima, o memorial tem formato de um “A” símbolo mundial do anarquismo e em seu entorno oito totens resumem através de mosaicos a trajetória dos três anos da Colônia antes de sua extinção. O local também abriga uma pequena casa construída em madeira, reconstituindo os padrões da época, onde serão vendidos livros e suvenires após sua inauguração. Segundo Jaudeth Ramos Hajar, Secretário de Indústria, Comércio e Turismo, a obra já está concluída, porem sua inauguração só acontecerá dentro de dois meses. “Pretendemos inaugurar o memorial em abril para coincidir com o aniversário do município e a semana da Colônia Cecília, instituída por lei municipal,” esclareceu o secretário.
São inúmeros turistas e pesquisadores que chegam a Palmeira para saber e conhecer mais sobre o anarquismo. Evaldo Agottani, descendente de italianos anarquistas e produtor de vinho, acredita que a visitação no local e o aumento no fluxo de visitantes contribua para aquecer o turismo rural na região e a venda de seus produtos feitos com a uva, manejo herdado dos ancestrais.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

[Curdistão] De Tuzluçayır para Kobane: entrevista com um combatente anarquista


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O artigo a seguir é uma entrevista com um anarquista ambientalista e vegetariano da Turquia, que é membro da Sosyal isyan (Insurreição Social), e que luta fazendo parte da Birleşik Özgürlük Güçleri (Forças Unidas da Liberdade) lado a lado com as YPG (Unidades de Defesa do Povo) e YPJ (Unidades de Defesa das Mulheres) em Kobane, Rojava. A entrevista foi conduzida por H. Burak Öz e apareceu originalmente no site jiyan.org. Nós gostaríamos de agradecer o camarada Ece Eldem por traduzir a entrevista para o inglês.
Estamos na sede das Forças Unidas da Liberdade (Birleşik Özgürlük Güçleri) em Kobane. Peço um cigarro de um combatente afim de conhecê-lo e conversar com ele. Enquanto me oferece o fumo, pergunto quantos grupos formam as Forças Unidas da Liberdade. Ele diz que, esta força consiste em salvacionistas (Kurtuluşçular), MLSPB, TDP  e anarquistas, indicando que ele também é um anarquista.
Pergunta > Qual é o objetivo de lutar aqui para os anarquistas?
Resposta < Sou um dos fundadores da organização Insurreição Social e também um porta-voz. Quando os ataques do ISIS começaram em Kobane, em nome da solidariedade internacional, sem pensar duas vezes, idealizamos construir uma defesa como Brigadas Internacionais, algo muito próximo do que ocorreu durante a Guerra Civil Espanhola.
Pergunta > As Forças Unidas da Liberdade foram formadas por diferentes frações socialistas da Turquia. Sendo anarquista, como você se envolveu com esta estrutura?
Resposta < As Forças Unidas da Liberdade foram fundadas quando nós chegamos. Realizamos uma chamada para anarquistas e ecologistas.
Pergunta > Existem outros combatentes anarquistas que vieram de outros países além da Turquia?
Resposta < Camaradas vieram da Itália e da Espanha. Também há um anarquista argentino que luta no YPG.
Pergunta > Quando a Insurreição Social foi fundada?
Resposta < Insurreição Social foi fundada em 2013 nos acampamentos de resistência em Tuzluçayır (Distrito de Istambul, Turquia).
Pergunta > Por que você preferiu uma bandeira verde e negra?
Resposta < Tanto pela memória dos camponeses makhnovistas quanto pelo fato de sermos ecologistas.
Pergunta > Que tipo de estrutura tem a Insurreição Social?
Resposta < Nós defendemos a Guerra de classes e rejeitamos o anarquismo neoliberal. Temos o anarquismo clássico como maior referência, camaradas que reivindicam Makhno e Proudhon. No geral, temos uma concepção plataformista. Podemos descrever a Insurreição Social da seguinte forma: não tomamos Bakunin, Proudhon, Luigi, Galleani, Malatesta etc. ao pé da letra. Examinamos cada anarquista e adicionamos nossas próprias reflexões, concluindo o que construímos sendo Insurrecionários Sociais.
Pergunta > Quando você entrou para a luta armada?
Resposta < Nós defendemos a luta armada desde a fundação da nossa organização. Nós fomos influenciados mais especificamente pela perspectiva do anarquista insurrecionário Alfredo M. Bonanno. Fundamos nossa própria teoria insurrecionária. Acreditamos que a revolução terá início com a luta armada. Primeiro, de 3 a 5 ações armadas nas favelas turcas, e agora, tudo isso nos conduziu até Kobane. Mas antes de tudo, nós sonhamos com isso. Se não tivéssemos sonhado e tentado pôr em prática, estaríamos apenas bebendo cerveja em um bar de Kadıköy ou Beyoğlu. Alguns de nossos camaradas permaneceram como eram.
Pergunta > Como é a proximidade do Movimento Curdo com você em Kobane?
Resposta < De alguma forma, nossa presença em Kobane mostra que a luta armada anarquista não terminou na Guerra Civil Espanhola. No início, camaradas socialistas e Apoístas (defensores de Abdullah Öcalan) ficaram surpresos de ver anarquistas usando armas por aqui. Isso é resultado e uma ideia de anarquismo que se criou na mente das pessoas. Na verdade as pessoas não sabem o que realmente é anarquismo por aqui. Conhecem o anarquismo como algo simplesmente contrário a tudo e a todos os tipos de organização. Tem uma ótima frase do Kropotkin: “Anarquia é ordem”. Estamos explicando e nos responsabilizando por isso. Apesar de que esta responsabilidade é dura de assumir, estamos tentando lidar com ela.
Pergunta > Em que momento a teoria do anarquismo ecológico e a prática em Kobane se encontram?
Resposta < Nós vivemos determinadas coisas por aqui que não conseguíamos entender senão através de cada passo no sentido da ação, ou seja, não conseguimos encontrar as respostas nos livros.
Pergunta > Como o quê?
Resposta < Estamos no meio de uma Guerra. Por exemplo, rejeitamos todo tipo de hierarquia, mas aqui, você precisa de um comandante. Você não pode entregar um walkie-talkie para todo mundo, senão ninguém poderá agir do seu próprio jeito. Talvez, a naturalidade crie suas próprias necessidades. Nós entendemos que a orientação de Malatesta e a liderança natural de Bakunin estão aqui, o que não compreendemos durante a leitura. Havia informação; nós a praticamos e obtivemos a informação novamente.
Pergunta > O que você sonhava antes de vir para Kobane, e o que você encontrou aqui?
Resposta < Eu pensei que teria problemas sobre a cadeira de comandos mas não tive. Não me confrontei com nenhum tipo de pressão ou dificuldade com o YPG e as Forças Unidas da Liberdade. Alguns de nossos camaradas talvez tenham gritado quando uma bala passava próxima de nossas cabeças em tempos estressantes de Guerra, mas é normal.
Pergunta > Nenhum problema ecológico ocorreu?
Resposta < Havia uma perspectiva de orientação como a necessidade de pessoas virem para cá preencher um vazio de consciência. Por exemplo, camaradas da Itália queriam importar agricultura orgânica mas existem pessoas por aqui que já conhecem a agricultura orgânica e a aplicam. Estão falando sobre ecologia. Um camarada espanhol insistiu em “não usar diesel para acender o fogo”. Você está num lugar onde o óleo diesel custa 7 centavos. Madeira é mais caro e você não pode encontrar madeira fácil por que o lugar é basicamente um deserto. Existem Oliveiras mas estão plantadas com a agricultura. Não pode cortá-las. Portanto, é absurdo dizer a essas pessoas “não use óleo diesel, por que você usa diesel para se aquecer?”.
Pergunta > Você nos contou mais cedo que camaradas das Forças Unidas da Liberdade pediram a amigxs socialistas não comerem carne e pedir desculpas para os animais que mataram, mas quando esgotaram-se os suprimentos, você comeu majoritariamente carne. Pode falar um pouco sobre isso?
Resposta < Muitas coisas aconteceram nas montanhas. Os suprimentos não chegaram. Nós estávamos com fome e não havia nada mais além de patos deixados para trás nos vilarejos. Quando os camaradas começaram a cortar os patos, eu disse “o que vocês estão fazendo? É assassinato!” mas o disse a parte da realidade, como uma reflexão. Coisas que fazemos apenas de acordo com a teoria colapsaram.
Pergunta > Você está lutando com socialistas no mesmo grupo. Algum tipo de discussão teórica já aconteceu entre vocês?
Resposta < Mesmo que ocorram essas discussões, são mais como brincadeira. Nunca tivemos problemas com isso. Nós e elas, estamos conscientes de que viemos aqui pela solidariedade internacional. Estamos agindo de acordo com a ética revolucionária. Dormimos lado a lado e comemos juntxs. Estamos tentando entender um ao outro. Talvez a gente precise de uma nova teoria revolucionária no século XXI, e que esta prática possa colaborar, em termos de compreendermos uns aos outros.
Pergunta > Você deve ter passado por momentos em que esteve próximo da morte. O que você pensa nestes momentos?
Resposta < Eu definitivamente tive estes momentos, mas na frente de Guerra, você pensa nxs camaradas. Talvez existam alguns momentos de medo e pânico mas quando você ouve o som de uma arma disparando, esses sentimentos vão embora. Digo, você desenvolve um reflex para se proteger e proteger xs camaradas.
Pergunta > O que é esta garrafa de Coca-Cola?
Resposta < Não toque! É uma bomba caseira.
Fonte: http://jiyan.org/2015/06/28/tuzlucayirdan-kobaneye-uzanan-bir-anarsist-savasci/
Tradução > Malobeo
Conteúdo relacionado:
http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2015/05/08/curdistao-1o-de-maio-em-kobane/
agência de notícias anarquistas-ana
Juntos,
um homem e a brisa
viram uma página
Betty Drevniok

terça-feira, 19 de maio de 2015

I FÓRUM GERAL ANARQUISTA 2015 – APRESENTAÇÃO E PROGRAMAÇÃO

Apresentação
O Fórum é aqui considerado como espaço de encontro, conversas, análises, discussões, registros, trocas, sugestões, celebrações. Notadamente, este fórum que realizaremos no Rio de Janeiro terá uma estrutura vertical e uma horizontal. Na forma vertical, uma pauta pré-definida, de convergência e atenção comuns, será pensada e debatida por todos numa Conferência de Abertura, cuja apresentação se dará por meio de mesa com conferencistas exibindo seus estudos-experiências e o público, logo em seguida, realizando considerações ou questões. Em formato misto, as Rodas de Conversas serão constituídas de duas pessoas responsáveis pela relatoria e equilíbrio entre tempo-audição enquanto todos os integrantes de cada Roda abordam temas macro (também pré-definidos) de forma horizontal. A estrutura horizontal contará com os Grupos de Discussão que poderão ser propostos pelos indivíduos e coletivos que participarão do fórum. Em cada Grupo, um de seus proponentes fará relato do que for discutido, para que no último dia de debates possamos realizar o Fórum propriamente dito, onde, com apoio e assistência de coletivos realizadores do evento, serão apresentadas as relatorias das rodas de conversa e dos grupos de discussão. Será um momento importante para propostas dos participantes e mesmo a elaboração de uma ou várias cartas sugeridas.
Ao término do evento, realizaremos a Feira da Autogestão, espaço que se destinará à apresentação de iniciativas autogestionárias e a troca de experiências entre seus idealizadores. Sendo assim, todo e qualquer indivíduo/coletivo que produz material (alimentos e bebidas, conteúdo gráfico, editoras, bazares, feiras agrícolas/orgânicas, etc) ou que incentiva/defende/pensa a autogestão pelo viés libertário terá neste espaço a oportunidade de apresentar seus trabalhos.
Objetivos
Promover o encontro dos anarquistas no Brasil que possuem inclinação federalista; trocar experiências e conhecer estudos realizados por companheiros país adentro; equalizar entendimentos; acordar e realizar ações pontuais locais e/ou gerais; pautar as questões de gênero e sexualidade no campo anarquista; analisar e discutir a conjuntura social, econômica e política brasileira e mundial (crise econômica, terrorismo de estado, perseguição política, arrocho dos trabalhadores, criminalização política e jurídica da pobreza, crise da água, segurança/auto sustentabilidade alimentar e energética, especulação imobiliária, manutenção dos latifúndios rurais, autogestão e descentralização das mídias, movimentos sociais, movimentos populares, sindicalismo, centros de cultura social); conhecer e conversar sobre o federalismo anarquista e elaborar passos efetivos para criação de uma federação ou federações regionais anarquistas.
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Conferência de Abertura – Tema: Federalismo Anarquista.
 Rodas de Conversas:
Roda 1 – Conjuntura Nacional e Internacional;
Roda 2 – Gêneros, Sexualidades e Anarquismo;
Roda 3 – Anarquismo nas regiões Brasileiras e América.
Grupos de Discussão (confirmados até o momento):
GD – Pedagogia Libertária;
GD – Privacidade Web/celular;
GD – Assembleias Populares Horizontais no Rio de Janeiro.
Lançamento de Livro
Bate-papo com Sérgio Norte, tradutor do livro “Anarquismo é Movimento – Anarquismo, Neoanarquismo e pós-anarquismo”, escrito por Tomás Ibáñez. Início previsto para 12h40, com 20 minutos de apresentação do livro e espaço aberto para diálogos com o público.
Fórum Geral – Relatorias, Documentos.
Leitura das relatorias das rodas de conversa e grupos de discussão. Encaminhamentos acerca das relatorias. Proposição de documentos, cartas sobre os temas abordados.
Feira da Autogestão
Espaço aberto à apresentação de iniciativas autogestionárias e a troca de experiências entre seus realizadores, participantes do fórum e populares.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

I Fórum Geral Anarquista 2015 no Rio de Janeiro

Acontecerá o I Fórum Geral Anarquista no Brasil na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 04 e 07 de junho de 2015.
 
A Iniciativa foi apresentada pela Liga Anarquista no Rio de Janeiro em evento anterior e contou com apoio do Instituto de Estudos Libertários (grupo dedicado ao fomento e divulgação do anarquismo nas suas diversas correntes) e Núcleo Pró-Federação Libertária de Educação (organização de libertárixs centrada nas experiências pedagógicas e práticas sociais) que atuam no Rio de Janeiro também, e foi aprovada por consenso entre os grupos presentes, além de apoiada pela Internacional de Federações Anarquistas – IFA, Federação Libertária Argentina -FLA, Federação Anarquista Francófona – FA, Federação Anarquista Alemã- FdA, Federação Anarquista do México, Federação Anarquista Local de Valdivia (Chile) – FALV, Grupo de Estudos Gomes Rojas (Chile) e todas as pessoas presentes na roda.

Ouvimos bastante sobre a organização federalista anarquista das federações e coletivos citados acima, o que nos motivou a iniciar conversas na direção do reconhecimento do movimento anarquista no país e de estudar possibilidades para sua construção.

Diante da conjuntura entre 2013 e 2015, destacamos os seguintes pontos: os levantes populares, ocupações, greves, assembleias populares horizontais, anticopa, manifestações pelo passe livre e tarifa zero em parte considerável do Brasil, eleições gerais 2014, crescimento da inflação, redução de direitos dos trabalhadores, demissões nas indústrias e serviços (atacando diretamente os terceirizados que são a parcela mais precarizada dos trabalhadores) aumento de taxas de energia e água, aumento nas tarifas de ônibus, manifestações de direita e esquerda, movimentações, projetos e discursos fascistas nas ruas, nas câmaras, congresso nacional, práticas fascistas pelo judiciário e executivo, visibilização de grupos paramilitares religiosos como de igrejas pentecostais, atuação militar oficial em chacinas nas periferias e favelas do país adentro. A LIGA convida @s companhei@s para expor suas analises, refletir sobre esta conjuntura, conversar sobre saídas propositivas para as trabalhadoras/trabalhadores e precarizadas/precarizados.

Este Fórum se propõe promover e reiniciar as conversações sobre Federalismo Anarquista no Brasil. Diante disso, a participação e apresentação do anarquismo nas cinco regiões do país darão uma imagem mais diversificada e menos imprecisa de como o anarquismo se encontra atualmente, de como podemos caminhar para atuar pontualmente ou coletivamente.
Acreditamos que a organização federalista anarquista pode contribuir potencializando os trabalhos de todos coletivos e indivíduos sejam na direção de quaisquer ações: assembleias populares horizontais, movimentos populares, movimentos sociais, movimentos sindicais, divulgação e propaganda das ideias e práticas ácratas, cooperativas autogestionárias de serviços e ou produtos, realização de artes, etc.

Consideramos outras formas de organizações anarquistas e suas atuações, respeitamos suas trajetórias e seguiremos na construção da nossa maneira de ver e viver o mundo anarquicamente, estabelecendo o diálogo quando desejável, possível e necessário. Todas as formas de organização anarquista serão bem vindas ao Fórum Geral Anarquista.

Todas aquelas e aqueles que se encontrem de acordo com estas proposições, sentimentos e objetivos são convidad@s. Cada indivíduo e coletivo virá por sua conta própria e nós ofereceremos apenas o alojamento para aqueles que realmente necessitem, ofereceremos uma lista de locais para nos alimentarmos o mais barato possível e com uma qualidade satisfatória.

Atenciosa e fraternalmente, Liga Anarquista no Rio de Janeiro.
 Rio de Janeiro – RJ, 03 de Maio de 2015.